“Os beijos de quem odeia são enganosos”. Quero manter-me cauteloso
quando o mundo simula um rosto amável, pois ele vai, se possível, trair-me,
como fez ao meu Mestre – “com um beijo trais o Filho do Homem?” – com um beijo.
Sempre que um homem mostra-se
disposto a apunhalar a verdade, ele geralmente professa um grande respeito por
ela. Quero evitar a hipocrisia cheia de lisonjas que carrega por trás a
armadura da heresia e da infidelidade.
Conhecendo a falácia e a
maldade, quero ser astuto como uma serpente para detectar e evitar os desígnios
do inimigo. O jovem, falto de entendimento, foi desencaminhado pelo beijo de
uma mulher estranha. Que minha alma seja tão graciosamente instruída por toda
esta vida para que a fala macia do mundo e do engano não possa ter nenhum
efeito sobre mim. Espírito Santo, faze com que eu, pobre e frágil ser humano,
não seja traído com um beijo!
Mas, o que acontece se devo ser
culpado do mesmo pecado maldito de Judas, aquele filho da perdição? Fui batizado
em nome do Senhor Jesus; sou membro da sua Igreja visível; tomo assento à mesa
da comunhão: todos estes privilégios são os muitos beijos de meus lábios. Sou
eu sincero neles? Se não, sou um traidor vil. Vivo no mundo tão negligentemente
como os outros e, no entanto, faço uma profissão de fé de ser um seguidor de
Jesus? Então exponho o Evangelho ao ridículo e levo os homens a falarem mal do
santo nome pelo qual sou chamado.
Certamente, se procedo assim
inconsistentemente como um Judas, teria sido melhor pra mim nunca ter nascido.
Ouso esperar que sou claro nesta questão?
“Então, ó Senhor, mantém-me
assim. Ó Senhor, faze-me sincero e verdadeiro. Preserva-me de todo caminho
falso. Jamais permitas que eu traia meu Salvador. Amo-te, Jesus, e, embora muitas
vezes te ofenda, desejo manter-me fiel até a morte. Ó Deus, impede que eu, de
professo proeminente, venha a cair por fim no lago de fogo, por ter traído meu
Mestre com um beijo.
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