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(Você faria parte?) -
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Spurgeon foi um pastor e líder cristão que amou nitidamente o Senhor e defendeu
sua causa com integridade. O fato jamais foi tão bem ilustrado como no fim da
década de 1880, poucos anos antes da sua morte, quando tinha sido uma figura
central em uma situação das mais difíceis dentro da igreja britânica, conhecida
como a Controvérsia da Degradação. Esse referido debate doutrinário começou
dentro das igrejas protestantes da Inglaterra (mais notadamente na União
Batista), quando Spurgeon não pôde mais evitar a crítica à igreja com respeito
àquele alarmante abandono das sãs doutrina e prática. Muitas igrejas e seus
pastores, que antes haviam sido firmemente conservadores e evangélicos,
tornaram-se mais tolerantes quanto às teorias que minavam a autoridade da Escritura
e sua visão do homem. Spurgeon observou também um desvio das grandes doutrinas
da Reforma e do próprio papel da graça soberana de Deus na salvação. De seu
púlpito e nas páginas de sua revista, The Sword and the Trowel (A espada e a
pá), ele, corajosa e firmemente, defendeu a verdade e instou com o crente comum
que resistisse ao falso ensino e que permanecesse firme nos fundamentos do
cristianismo.
Entretanto,
a maré do declínio doutrinário prosseguiu nos dias de Charles Spurgeon, e ele
foi constrangido por uma consciência piedosa a deixar a União Batista. Pouco
depois da sua morte, na década de 1890, alguns dos partidários de Spurgeon
formaram uma nova sociedade, chamada Liga da Bíblia, para continuar o combate
em favor da pureza e da prática da ortodoxia nas igrejas evangélicas.
Durante
os meses da controvérsia, Spurgeon recebeu duras críticas dos seus opositores,
porém jamais se abalou na defesa da verdade. O seguinte excerto, pregado
durante a Controvérsia da Degradação em um sermão entitulado "Something
Done for Jesus" (Algo feito para Jesus), revela a verdadeira natureza dos
motivos justos e da própria integridade de Spurgeon:
"Amamos
nossos irmãos por causa de Jesus, mas ele é o principal entre dez mil, em todos
os sentidos, amável. Não poderíamos viver sem ele. Usufruir sua companhia é
extremo gozo para nós; tê-lo volvendo o rosto de nós é nossa tristeza da
meia-noite... Oh! Ter o poder de viver, de morrer, de trabalhar e de sofrer
diante dele, e tão somente diante dele!...
Se
uma obra feita por causa de Cristo pudesse fazê-lo menos amado e ameaçasse
privá-lo de toda utilidade, isto seria pouco. Considero meu caráter,
popularidade e utilidade como ciscos de poeira, comparados com a fidelidade do
Senhor Jesus. É a lógica do Diabo que diz: "Você percebe? Eu não posso vir
à luz e defender a verdade porque tenho uma esfera de utilidade que conservo
mediante contemporização com aquilo que receio seja falso." Senhores, que
temos nós a ver com as conseqüências? Que os céus desabem, mas seja o homem um
bom servo obediente do seu Mestre e leal à sua verdade.
Ó
homem de Deus, sê justo e não temas! As conseqüências estão na mão de Deus e
não nas deles. Se um bom trabalho foi feito diante de Cristo, ainda que lhe
possa parecer aos seus pobres olhos baços, como se fosse um grande mal, ainda
assim ele teria sido feito, e ele o teria anotado, e, para sua consciência, ele
teria oferecido um sorriso de aprovação." (Citado em The Forgotten
Spurgeon, 205. ).
Obs:
Será que nos nosso dias podemos dizer Amém!??
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