Os homens, pelos seus pecados
excluíram-se da Sua graça e Boa-vontade. Merecem perecer. No inferno não terão
porque se queixar do caminho que escolheram – era o que queriam, foi aquilo que
escolheram! Se por acaso o Senhor sair do Seu caminho para salvar alguns
perdidos, Ele pode fazê-lo desde que nunca comprometa as Suas próprias leis de
justiça eterna. Se por acaso entender que deve deixar as pessoas perecer, é em
conformidade com aquilo que estas merecem – nada demais do que aquilo que já
têm sobre si, isto é, culpa eterna diante de Deus. Caso Deus deixe os culpados
seguirem em seus caminhos de condenação voluntária, estará exercendo apenas
Seus direitos de Justo Juiz. Se um Juiz terreno aplica uma qualquer sentença
justa, nenhum homem porá objecções a tal feito.
A misericórdia aufere o
direito, também, de interferir na vida particular de quem é culpado para que se
dê tempo para se transformar quem ainda pode vir a sê-lo. A interferência é
justa também. Mas tolos serão todos aqueles que põem os homens sob a mesma
tutela condenatória. Ignorantes são todos aqueles que discriminam e argumentam
sobre a aplicação da graça, pois é da vontade de Deus que todos os homens se
salvem. Devem ser tidos como mais que ignorantes até, pois, fala assim quem não
quer salvar para se usar de falatórios sobre Deus para proveito próprio. As
suas contendas não estão apenas viradas para quem tem doutrinas, mas sim contra
o Deus de toda a misericórdia. Mas é de esperar que, quando vemos a nossa ruína
intransigente, neste malogrado deserto que é a vida de quem vive longe das
fontes de água – da vida eterna cá na terra e não só – saibamos também que Deus
não tem nenhuma obrigação para connosco a não ser pela misericórdia. Quando
murmurarmos apenas porque Ele escolhe outros, porque não escolhemos antes
salvar-nos desta perversa geração para alcançarmos misericórdia desse jeito?
Se Ele escolher um sítio, uma
congregação onde começar a trabalhar para a salvação de muitos mais,
tratar-se-á apenas dum simples acto de bondade sobre o qual nenhum ser humano
tem direito e o qual Deus tem o direito e livre arbítrio de dar e conceder a
quem quer, como quer e a Seu devido tempo. Daí extrai louvor e glória de todos
os Seus, pois sabem que nunca buscariam Deus por eles, sem intervenção Sua.
Imagine-se o tamanho do pecado de quem ainda assim rejeita esta graça! Não
existe, porém, doutrina mais humilhante para um pecador que esta de ele não ter
como se salvar sem Deus. Os crentes nunca devem temer, mas enaltecer esta graça
divina, pois humilha quem será exaltado pela mesma acima nos céus, promovendo
gratidão sem fim, santidade porque não podem nunca pensar que são escolhidos em
detrimento de outros, mas sim pela bondade de Deus apenas. Poderiam estar a
fritar no inferno e não estão, sendo pessoas de igual culpa, de igual pecado
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