Este
é um reino, é estranho dizê-lo, no qual as leis do rei, não estão nenhuma
delas, escritas em papel. As leis do rei não são proclamadas pela boca do
arauto, mas escritas no coração. Você não percebe que na narrativa Cristo manda
seus servos ir e pegar seu corcel real, tal qual ele estava, e esta era a lei:
"Soltai-o e deixai-o ir?" Mas onde estava escrita a lei? Estava
escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho, pois
ele imediatamente disse: "Deixai-os ir" cordialmente e com grande
alegria; ele pensou ser uma grande honra contribuir para a cerimônia real deste
grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo você não verá nenhum enorme
livro de leis, nem juristas, nem procuradores, nem advogados que necessitem
esclarecer a lei.
O livro da lei está aqui no coração, o advogado está aqui na
consciência, à lei está escrita não mais em pergaminho, nem mais promulgada e
escrita, como foram os decretos de Roma, sobre aço e aflição, mas sobre as
tábuas de carne do coração. A vontade humana é persuadida à obediência, o
coração humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de
seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de suas
almas. Estranho reino este, que não necessita de nenhuma lei, salvo aquelas que
são escritas sobre o coração de seus súditos.
Estranho
ainda, como alguns pensarão dele, este era um reino no qual riquezas incertas
não partilham o que quer que seja de sua glória. Lá vai o Rei, o mais pobre de
toda a classe, por que aquele Rei não tinha onde reclinar a cabeça. Lá vai o
Rei, o mais pobre de todos, sobre o jumento de outro homem que ele tinha
emprestado. Lá vai o Rei, alguém que está para morrer; desprovido de seu manto
para morrer nu e exposto. E ele ainda é o Rei do seu reino, o Principal, o
Príncipe, o Líder, o Coroado de toda a geração, simplesmente porque ele tinha o
mínimo. Ele era quem tinha dado mais aos outros e retido o mínimo para si
mesmo. Ele que era o menos egoísta e mais abnegado, ele que viveu o máximo para
os outros, era o Rei deste reino. E olhe para os cortesãos, olhe para os
príncipes! Eles eram todos pobres também; eles não tinham nenhuma bandeira para
colocar do lado de fora das janelas, então eles lançaram suas pobres roupas
sobre as sacadas ou as penduraram das janelas quando ele passava. Eles não
tinha púrpura brilhante para fazer um tapete para os pés de seu jumento, então
eles lançaram suas próprias roupas surradas no caminho, eles espalharam ao
longo do caminho ramos de palmeira que eles podiam facilmente obter das árvores
que guarneciam a estrada, porque eles não tinham nenhum dinheiro com o qual
custear a despesa de um grande triunfo. A cada caminho este era um pobre fato.
Nenhum brilho de ouro, nenhuma bandeira ostentada, nenhum soprar de trombetas
de prata, nenhuma pompa, nenhuma circunstância! Era o triunfo da própria
pobreza. Pobreza entronizada sobre o animal próprio da pobreza cavalgando
através das ruas. Estranho reino este, irmãos! Eu creio que nós o reconhecemos
- um reino no qual aquele que é o principal entre nós, não é aquele que é mais
rico em ouro, mas aquele que é mais rico em fé; um reino que não depende de
nenhum rendimento exceto o rendimento da divina graça, um reino que oferece a
cada homem sentar-se sob sua sombra com deleite, seja ele rico ou pobre.
1 comentários:
Cheguei até aqui, gostei e fiquei. O meu desejo é que estejas gozando das bênçãos de Deus para sua vida.
Abraços fraternos
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