O SENHOR é o meu pastor,
nada me faltará.
Salmos 23:1
Não há nenhum título inspirado para
este salmo, e não é necessário, pois ele não
registra nenhum evento especial, e não precisa de outra chave além daquela que todo cristão pode encontrar em seu
próprio peito. É a Pastoral Celeste de Davi; uma obra poética excelente,
que nenhuma das filhas da música pode
superar. A clarinada da guerra aqui dá lugar ao cachimbo da paz, e aquele que
tão recentemente chorou as mágoas do Pastor em melodia ensaia as alegrias do rebanho. Sentado sob uma árvore
frondosa, com seu rebanho em volta, como o pastorzinho de Bunyan no Vale
da Humilhação, visualizamos Davi cantando essa pastoral incomparável com um
coração cheio de alegria; ou, se o salmo é
o produto de seus anos avançados, temos certeza de que sua alma se voltou em contemplação para os solitários
ribeiros de água que ondulavam
sussurrantes entre os pastos do deserto, onde nos primeiros dias ela fazia sua morada. Esta é a
pérola dos salmos, cujo esplendor suave
e puro deleita os olhos; uma pérola da qual Helicon não precisa se envergonhar, embora o Jordão o reivindique. Desse
canto delicioso pode-se afirmar que sua piedade e sua poesia são iguais,
sua doçura e sua espiritualidade são incomparáveis.
A posição deste
salmo é digna de nota. Segue o salmo 22, que é peculiarmente o Salmo da Cruz. Não há pastos verdes,
não há águas tranqüilas do outro lado do salmo 22. Só depois que lemos “Meu Deus, meu Deus,
porque me desamparaste?”
é que chegamos a “O Senhor é meu Pastor”. Precisamos conhecer por experiência o
valor do derramamento de sangue, e vermos a espada
acordada contra o Pastor, antes que possamos verdadeiramente conhecer a doçura
do cuidado do bom pastor.
Já se disse que
aquilo que o rouxinol é entre os pássaros, esta ode divina é entre os salmos; pois tem soado docemente nos ouvidos de
muitos pranteadores em sua noite de choro,
e o tem podido esperar por uma manhã de alegria. Eu me aventuro a
compará-la também à cotovia, que canta enquanto
sobe, e sobe enquanto canta, até que some de vista, e mesmo então não nos deixa sem ouvi-la. Observe as últimas
palavras do salmo – “Habitarei na
casa do Senhor para sempre” -; são notas celestiais, mais adequadas às mansões eternas do que a esses lugares de moradia
abaixo das nuvens. Ó, que nós possamos entrar no espírito do salmo
enquanto o lemos, e então viveremos a experiência dos dias do céu aqui na
terra!
DICAS PARA MEDITAÇÃO!
VERS. 1. Trabalhe a comparação entre um pastor e suas ovelhas. Ele governa, guia, alimenta e as protege; e elas o
seguem, o obedecem, o amam e confiam nele. Pesquise se somos ovelhas; mostre a sina dos
cabritos que se alimentam ao lado das
ovelhas.
VERS. 1 (segunda cláusula). O homem que está além do alcance da penúria para o tempo presente e a eternidade.
VERS. 2 (primeira cláusula). O descanso de crer.
1.
Vem de Deus – “Ele me faz”.
2.
É fundo e
profundo – “deitar”, repousar.
3.
Tem sustento sólido – “em verdes pastagens”.
4.
É assunto para
louvor constante.
VERS. 2. O elemento contemplativo e o elemento ativo são satisfeitos.
VERS. 2. A
frescura e a riqueza das Sagradas Escrituras. VERS. 2 (segunda cláusula). Em frente. O Guia, o
caminho, os confortos da estrada, e o viajante nela.
VERS.
3. Restauração graciosa,
direção santa e motivos divinos.
VERS. 4 O silêncio macio do trabalho do Espírito.
VERS. 4. A presença de Deus é o único apoio seguro na morte.
VERS. 4. Vida na morte e luz nas trevas.
VERS. 4 (segunda cláusula). A calma e a quietude do fim do homem bom.
VERS. 4 (última cláusula). Os sinais do governo divino - a
consolação dos obedientes.
VERS. 5. O guerreiro banqueteado, o sacerdote ungido, o
hóspede satisfeito. VERS. 5 (última cláusula). Os meios e
os usos do ungir do Espírito Santo contínuas
vezes.
VERS. 5.
Providenciais abundâncias, e qual o nosso dever a respeito disso.
VERS. 6 (primeira cláusula). A bem-aventurança do contentamento.
VERS. 6. Na
estrada e em casa, ou atendentes celestiais e mansões celestiais.
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