Estas palavras do
apóstolo Paulo: “tudo o que não é feito com fé, é pecado” (Rm 14:23) - são
verdadeiras em mais de um sentido. Deus não se agrada quando não dou valor à
moralidade ! Deus se agrada quando eu me refiro à probidade, à temperança ou
qualquer outra virtude humana, com elogio e respeito. Mas depois de ter dado a
essas coisas seu legítimo valor, sabem o quê eu acrescentarei ? Isto: todas as
virtudes puramente humanas, são parecidas com aquelas pequenas conchas que
servem de moeda em certas partes da Índia. Eles servem para comprar na Índia,
mas na Europa não têm valor algum.
Analogamente, as
virtudes humanas podem servir como moeda corrente aqui embaixo, mas no alto não
servem para nada. Se você não tem algo melhor que sua própria excelência, você
não entrará jamais no céu. Sem dúvida, se devesse passar minha vida no meio do
povo indiano, eu teria que ter muitas conchas; mas se devo viver num país
civilizado, uma outra moeda me é necessária. Assim, a probidade, a temperança e
outras coisas semelhantes, são muito boas para a terra, e quanto mais vocês as
possuírem, mais lhes valerá. Todas as coisas que são justas, puras, amáveis e
de boa reputação, eu lhes exorto, meus irmãos, à procurar e praticar; mas ao
mesmo tempo lhes declaro, lhes é necessário mais para entrar no céu. Sem a fé,
todas essas coisas reunidas não têm nenhum valor diante de Deus.
As virtudes, sem a fé,
são pecados caiados por fora e nada mais. A obediência sem a fé (admitindo que isso fosse possível) não seria mais que desobediência disfarçada. A
incredulidade anula tudo. É a mosca que deteriora o perfume (Ecc 10:1); é a
erva venenosa que envenena o jarro (2 Reis 4:38-41). Se possuíssemos todos nós
a pureza mais amável, a filantropia mais generosa, a simpatia mais
desinteressada, o gênio mais nobre, o patriotismo mais devotado, a integridade
mais conscienciosa, mas não tivéssemos a fé, não temos nada. Sem a fé, diz o
Apóstolo, é impossível agradar a Deus.
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