“Também
falarei de teus testemunhos na presença dos reis, e não serei envergonhado.”
Salmos
119.46
Isso é parte da liberdade
que a Verdade sempre traz; ele está livre do medo dos homens mais eminentes,
mais soberbos, mais tiranos.
Davi foi chamado a
pôr-se diante dos reis quando era um exilado; e depois, quando ele mesmo veio a
ser um monarca, já conhecia a tendência dos homens de sacrificar sua religião à
pompa e à política; mas tomara a resolução de não fazer nada disso. Ele
santificaria os princípios políticos e faria os estadistas saberem que somente
o Senhor é soberano entre todas as nações.
Como rei, ele falaria
aos reis acerca do Rei dos reis. Diz ele: Talarei': a prudência poderia
sugerir-lhe que sua vida e conduta seriam suficientes, e que seria aconselhável
não tocar em questões de religião na presença de personagens da realeza que
cultuavam outros deuses e reivindicavam o direito de assim o fazer. Ele já
havia oportunamente tomado esta resolução mediante a declaração: 'Andarei'; mas
não fizera de sua conduta pessoal uma justificativa para o silêncio pecaminoso,
pois acrescenta: 'Falarei.' Davi reivindicava sua liberdade religiosa e tomava
cuidado em usá-la, pois falava daquilo em que ele cria mesmo quando se achava
na mais eminente companhia.
No que ele dizia,
tomava cuidado em guardar a própria Palavra de Deus, pois diz: "Falarei de
teus testemunhos" Nenhum tema se assemelha a este, e não há o que fazer
para que o tema fique oculto no livro e usar seu pensamento e linguagem. Nossa
grande dificuldade em falar sobre tópicos sacros em todas as companhias é a
vergonha, porém o salmista afirma: "Não terei vergonha." Não há nada
de que envergonhar-se, e não há justificativa para envergonhar-se, e não
obstante muitos ficam mudos como cadáveres de medo que alguma criatura como nós
se sinta ofendida.
Quando Deus concede a
graça, a covardia logo se desvanece. Aquele que fala como arauto de Deus, no
poder de Deus, não se envergonha quando começa a falar, nem enquanto está
falando, nem depois de falar; pois seu tema é próprio para reis, indispensável
para reis e benéfico para reis. Se os reis objetarem, poderemos sentir vergonha
deles, porém jamais de nosso Senhor que nos enviou, nem de sua mensagem, nem de
seu propósito em enviá-la.
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