...E
o guardarei até o fim (Sl 119.32). Os que são instruídos
por Deus jamais esquecem suas lições. Quando a graça divina põe uma pessoa no
caminho certo, ela será certa para ele. A mera tendência e vontade humanas não
possuem uma influência tão duradoura; existe um fim para toda perfeição carnal,
mas a graça celestial nunca finda, mas avança para alcançar seu próprio
objetivo que é o aperfeiçoamento da santidade no temor do Senhor.
A perseverança em tal
propósito é certamente vaticinada em relação àqueles cujo princípio está em
Deus, e com Deus, e por meio de Deus. Mas os que começam sem a instrução do
Senhor logo esquecem o que aprenderam e começam a afastar-se do caminho que
antes confessavam estar trilhando.
Ninguém pode gloriar-se
de permanecer firme em seu caminho por sua própria força, visto que dependemos
continuamente da instrução do Senhor: se confiarmos em nossa própria firmeza,
cairemos como sucedeu a Pedro. Se Deus nos guardar, sem dúvida nos manteremos
em seu caminho — e é um grande conforto saber que é o propósito de Deus guardar
os pés de seus santos! Não obstante, é nosso dever vigiar como se nossa
conservação no caminho dependesse totalmente de nós mesmos; pois, segundo este
versículo, nossa perseverança repousa não em qualquer força ou compulsão, mas
na instrução do Senhor; e indubitavelmente, quem quer que seja o professor, a
instrução requer aprendizado daquele que é instruído; ninguém pode instruir a
quem rejeita a instrução.
Bebamos, pois,
avidamente da instrução divina, para que solidifiquemos nossa integridade, e no
último instante de nossa vida prossigamos ainda na vereda da retidão! Se
recebermos a semente viva e incorruptível da palavra de Deus, vivamos por ela;
à parte dela não temos vida eterna, mas apenas o mero nome de que vivemos.
O 'fim' de que fala
Davi é o término da vida terrena ou a plenitude da obediência. Ele confiava na
graça que o fazia fiel ao máximo, sem nunca fugir uma vírgula ou dizer à
obediência: "Até aqui irás comigo, mas não mais." O fim de nossa
observância da lei só terminará quando o fôlego cessar. Ninguém pensará em
marcar uma data e dizer: "Basta, agora posso relaxar minha vigilância e
ver segundo os costumes dos homens." Como Cristo nos ama até o fim, assim
também o sirvamos até o fim. O fim da instrução divina é para que o sirvamos
até o fim.
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