Como um feixe de mirra
produz seu aroma e como os pássaros cantam porque não podem fazer outra coisa,
assim também Jesus ora. A oração cobria sua própria alma como se fosse um
manto, e seu coração aparece vestido dessa maneira. Eu repito que esse deve ser
o nosso exemplo e não devemos cessar de orar nunca, em nenhuma circunstância,
por mais severa que seja a tribulação e por mais deprimente que seja uma
dificuldade.
Além disso, prestem
atenção na oração que estamos considerando, que nosso Senhor permanece na força
da fé no que diz respeito a sua condição de Filho. A extrema prova que lhe
acometia naquele instante não podia impedir de se apegar firmemente a Sua
condição de Filho. Sua oração começa assim: “Pai”. Não foi desprovido de
significado que Ele nos ensinou a dizer
quando orarmos: “Pai nosso”, pois nossa vitória na oração dependerá muito de
nossa confiança em nosso relacionamento com Deus. Sob o peso enorme de grandes
perdas e cruzes, somos inclinados a pensar que Deus não está tratando conosco
como um pai para com seu filho, mas como um juiz severo com um criminoso
condenado; mas o clamor de Cristo quando é conduzido a extrema dor que nós
nunca experimentaremos, não mostra nenhuma hesitação no espírito de sua
condição de Filho.
Quando o suor de sangue
caiu abundantemente sobre o solo do Getsêmani, Seu clamor mais amargo começou
assim: “Meu Pai”, pedindo que se fosse possível o Cálice passasse dEle;
argumentava com o Pai como Seu Pai, tal como lhe chamou outra vez naquela
escura e triste noite. Aqui Ele diz outra vez, nesta primeira frase das sete
que pronunciou quando expirava: “Pai”. Oh! Que o Espírito que nos faz clamar:
“Abba, Pai,” nunca deixe de operar em nós! Nós jamais seremos levados a
escravidão espiritual por Sua operação: “Se és Filho de Deus”, se o tentador
nos assedia, podemos triunfar como o fez Jesus faminto no deserto.
Que o Espírito que
clama: “Abba, Pai!”, expulse todo medo incrédulo. Quando somos disciplinados,
como temos de ser ( “porque que filho há a quem o pai não disciplina?), que
possamos estar em amorosa sujeição ao Pai de nossos espíritos, e viver, sem
nunca nos tornarmos cativos de um espírito de servidão, para duvidar do amor do
nosso Pai misericordioso, ou duvidar de nossa adoção.
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