O fato de que foi sua
ênfase em restabelecer a velha doutrina provocou intensa oposição a seu
ministério, Spurgeon não tinha a
menor dúvida. "Somos depreciados como hipers;
(Hiper-Calvinista) somos considerados
a escória da criação; dificilmente um ministro nos dá atenção ou fala
favoravelmente de nós, porque sustentamos fortes ideias sobre a venerável
soberania de Deus, Seus soberanos atos eletivos e Seu amor especial para com o
Seu povo".
Pregando
à sua igreja local em 1860, ele disse: "Não há uma outra
igreja de Deus na Inglaterra, que durante os últimos cinquenta anos, teve que
passar por maiores provações do que as que nós temos tido... raro é o dia que
rola sobre a minha cabeça em que a mais vil ofensa, a mais terrível difamação,
não seja proferida contra mim, tanto privadamente como pela imprensa pública;
todo engenho é empregado para pôr abaixo o ministro de Deus - todas as mentiras
que o homem pode inventar são lançadas contra mim.... Eles não impediram a
nossa utilidade como igreja; não diminuíram o número dos nossos congregados;
aquilo que se esperava fosse mero espasmo - um entusiasmo que se esperava que
duraria apenas uma hora - Deus tem aumentado diariamente; não por minha causa,
e sim por causa do evangelho que eu prego; não porque havia alguma coisa em
mim, mas porque me apresentei como um expositor do calvinismo claro, honrado e
sincero, e porque procuro falar a Palavra de forma simples".
Spurgeon
não se surpreendia com a inimizade que manifestada para com a sua proclamação
das doutrinas da graça: "Irmãos, em
todos os nossos corações há esta inimizade natural contra Deus e contra a
soberania da Sua graça". "Sei de homens que mordem seus lábios e
rangem os dentes de raiva quando prego a soberania de Deus.... Os visionários
doutrinários atuais admitem a existência de um Deus, porém Ele não deve ser
Rei: quer dizer, eles preferem um deus que não é deus, e dão preferência ao
servo, e não Aquele que exerce governo sobre os homens." O fato de que a
conversão e a salvação são obra de Deus é uma verdade humilhante. É por seu
caráter humilhante que os homens não gostam dela. Ouvir dizer-me que, se hei de
ser salvo é preciso que Deus me salve, e que estou em Suas mãos, como o barro
está nas para com o Seu povo".
Spurgeon
não se surpreendia com a inimizade que manifestada para com a sua proclamação
das doutrinas da graça: "Irmãos, em
todos os nossos corações há esta inimizade natural contra Deus e contra a
soberania da Sua graça". "Sei de homens que mordem seus lábios e
rangem os dentes de raiva quando prego a soberania de Deus.... Os visionários
doutrinários atuais admitem a existência de um Deus, porém Ele não deve ser
Rei: quer dizer, eles preferem um deus que não é deus, e dão preferência ao
servo, e não Aquele que exerce governo sobre os homens." O fato de que a
conversão e a salvação são obra de Deus é uma verdade humilhante. É por seu
caráter humilhante que os homens não gostam dela. Ouvir dizer-me que, se hei de
ser salvo é preciso que Deus me salve, e que estou em Suas mãos, como o barro
está nas que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece". O
mundo também tem uma religião universal, porém, vejam como Cristo põe isso
abaixo: "Eu rogo por eles: não rogo pelo
mundo". Deus nos ordenou dentre os homens: "Eleitos de acordo com o
pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito e pela fé na
verdade".
Obviamente, Spurgeon considerava a diferença entre
o calvinismo e o arminianismo como algo concreto e definível, e não mera
questão de "equilíbrio" ou de proporção da verdade. Com o termo
arminianismo ele não queria dar uma "ênfase" à responsabilidade
humana, pois ele pregava a responsabilidade do homem tão fortemente como
qualquer que já viveu. Menos ainda ele achava que uma coerente posição
escriturística abranja as duas posições; na verdade, ele achava difícil ser
paciente quando refutava essa confusão. "Não pensem", diz ele,
"que vocês precisam ter erros em sua doutrina para se tornarem úteis.
Temos alguns que pregam calvinismo em toda a primeira parte do sermão, e o
concluem com arminianismo, porque acham que isso os fará úteis. Um absurdo
útil! É tudo o que isso é. Se um homem não pode ser útil com a verdade, não
pode ser útil com um erro. O que há na doutrina pura é suficiente, sem a
introdução de heresias, para pregar aos pecadores. O fato é que existem questões
doutrinárias definidas envolvidas na controvérsia entre os dois sistemas, e
quando defrontado por uma dessas questões o homem deve sustentar ou uma ou
outra.
Algumas dessas questões
podem ser expostas como segue: Haveria um plano de redenção pelo qual Deus Se
determinou a salvar, mediante Cristo, algumas pessoas que Ele escolheu?
Acaso esse plano prove
a concessão gratuita de todas as coisas necessárias para o seu cumprimento, ou
seria o seu cumprimento condicionado pela aceitação do homem?
Porventura Cristo, em
Sua morte, assegura infalivelmente a redenção de todos aqueles que Ele
representou como substituto?
Ao regenerar pecadores,
será que o Espírito Santo efetua plenamente o propósito do Pai e aplica
infalivelmente a obra redentora de Cristo?
Seria possível resistir
à obra regeneradora do Espírito?
Acaso somos
regenerados, ou nascemos de novo, por causa da nossa fé e arrependimento, ou
seria a fé efeito e resultado da regeneração?
Provavelmente há alguns
que objetariam até mesmo à formulação de perguntas como essas. Os breves
artigos doutrinários do movimento evangélico moderno - diferentemente das
confissões reformadas dos séculos 16 e 17 - nada dizem sobre essas questões,
presumivelmente porque isso não é mais considerado necessário. A atitude
predominante tem sido a de desdenhar as proposições definidas da verdade e
contender por obscuridade e indefinição, como se isso fosse mais espiritual e
bíblico, e contribuísse mais para a manuten¬ção da unidade. Portanto, não é
surpreendente que em tal atmosfera de baixa visibilidade espiritual tenha se
tornado corrente a ideia de que um homem pode ser arminiano e calvinista.
Iain Murray
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